sexta-feira, 13 de abril de 2012

Protesto termina em agressão


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Munidos de paus e pedras, os manifestantes destruíram o maquinário de obra na esquina da Avenida Padre Antônio Tomás com Engenheiro Santana Júnior
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Operários se recusam a aderir ao movimento e são atacados por manifestantes em canteiro de obras

A greve da construção civil nem teve início e a população já começou a sentir seus efeitos. Durante um novo protesto, realizado na manhã de ontem, no bairro Papicu, um operário de uma obra local foi ferido na cabeça pelos manifestantes e encaminhado às pressas para o Hospital SOS, no Centro. O ato foi consequência da mobilização da campanha salarial de 2012, em que mais de dois mil trabalhadores se unem em passeata pelas ruas de Fortaleza, dificultando o trânsito e causando transtornos aos motoristas.

A agressão ocorreu no canteiro de obras de uma mobiliária, localizado na esquina da Avenida Padre Antônio Tomás com Engenheiro Santana Júnior. Os operários do local se recusaram a aderir à paralisação e foram agredidos com pedras.

Manifestantes munidos de paus e até com uma marreta destruíram o maquinário da obra que estava na parte externa da construção. O servente Etiniene Henrique tentou impedir que os utensílios fossem destruídos e foi agredido depois de ser cercado pelos sindicalistas.

Henrique foi socorrido pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), Geraldo Magela, que acalmou os ânimos dos manifestantes e levou o trabalhador ao hospital.

De acordo com Fábio Melo, o engenheiro responsável pela obra, os demais funcionários da construção foram liberados por segurança. Segundo ele, cerca de dez manifestantes avançaram em direção ao servente. "Isso é um absurdo, pareciam animais", desabafa. Um dos empregados, que não quis se identificar, afirmou que pedras e paus foram jogados em direção à construção. Uma das vidraças foi estilhaçada depois de ser atingida por uma pedra.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio Ferreira, afirma repudiar o ocorrido, mas ressalta que é um fato comum entre as manifestações da categoria. "Invariavelmente, eles têm viabilizado agressões contra os próprios colegas pelo não cumprimento de suas ordens.

O movimento não é para conseguir vantagens econômicas, mas para gerar o caos". Ainda conforme Ferreira, as negociações com a categoria estão fluindo normalmente. A próxima reunião está marcada para a manhã de hoje. "Acreditamos em uma rodada decisiva e torcemos para que haja uma convergência para a solução dos problemas", diz.
Paralisações

Manifestantes da construção civil abandonaram canteiros de obras, ontem, em protesto contra o não avanço das negociações. Durante a manifestação, o cruzamento das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Padre Antônio Tomás foi fechado para realização da assembleia da categoria, que votou contra a última proposta, de 8,57% de reajuste do piso salarial e aumento da cesta básica para R$ 40.

Os trabalhadores querem o reajuste de 17% e aumento da cesta para R$ 80. No próximo dia 25 de abril, será realizada assembleia geral para decidir pela instauração ou não da greve. Até lá, a categoria promete continuar com paralisações diárias de duas horas.

8ª rodada de negociação acontece hoje na SRTE

A oitava rodada de negociação da campanha salarial deste ano da construção civil acontece a partir das 8h30 de hoje na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na Rua 24 de maio, 178, Centro.

Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da RMF divulgou, nota ontem, explicando que das reivindicações dos trabalhadores, os patrões só responderam ao reajuste salarial oferecendo o índice de 6,5%, valor referente apenas ao índice da inflação do período e bastante inferior ao pedido pela categoria, de 17%.

Em nota, a entidade lamentou "o ocorrido" com o servente Etiniene Henrique e enfatizou que repudia qualquer tipo de agressão a trabalhadores em suas manifestações. Foi o diretor do sindicato, Geraldo Magela, que socorreu o operário, cita o documento, levando-o para o Hospital SOS, localizado na Avenida Tristão Gonçalves, de onde, segundo a entidade, foi liberado após ser atendido e medicado.

Também sobre o episódio, o Sinduscon, através de sua assessoria de comunicação, preferiu omitir o nome da construtora onde o operário agredido trabalhava. Já o Ministério Público do Trabalho explicou que só poderia se manifestar caso fosse procurado por uma das partes.

Manifestação violenta - Confusão e pancadaria
Munidos de paus e pedras, os manifestantes destruíram o maquinário de obra na esquina da Avenida Padre Antônio Tomás com Engenheiro Santana Júnior e agrediram os próprios companheiros que não quiseram se juntar ao movimento. O servente Etiniene Henrique, que tentou proteger o material, foi cercado e agredido pelos membros da mobilização. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), Henrique foi levado ao Hospital SOS, no Centro, recebeu medicamentos, e foi liberado Foto: NAtinho Rodrigues

RENATO BEZERRA/MOZARLY ALMEIDA
ESPECIAL PARA CIDADE / REPÓRTER

FONTE: DN ONLINE

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