terça-feira, 24 de abril de 2012

CAIXA ABRE CRÉDITO PARA MÓVEIS E ELETRO DOMÉSTICOS


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Setor moveleiro do Ceará espera incremento em suas vendas, com a abertura de portas para um novo público consumidor
FOTO: KID JÚNIOR
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Freitas Cordeiro: a redução de juros e o anúncio da linha da Caixa não poderia ter ocorrido em época melhor, próximo ao Dia das Mães
FOTO: FABIANE DE PAULA
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Nova investida da Caixa é destinada aos beneficiários do Minha Casa. Juros variam de 1% a 2% ao mês



Fortaleza/São Paulo. Após reduzir as taxas de diversas linhas de empréstimo neste mês, juntamente com outros grandes bancos brasileiros, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem mais uma medida para ampliar a oferta de crédito a seus clientes, a princípio. De acordo com a instituição financeira, a partir do dia 4 de maio, beneficiários de todo o Brasil do programa Minha Casa, Minha Vida terão uma linha especial para a compra de móveis e eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras, entre outros). O banco vai disponibilizar um total de R$ 2 bilhões aos participantes do programa federal que quiserem aderir à nova linha de financiamento. Os juros vão variar de acordo com a faixa de renda dos beneficiários e as taxas ficarão entre 1% a 2% ao mês, com um prazo máximo de 48 meses.



Opção



"Esta iniciativa possibilitará que milhares de famílias do Minha Casa, Minha Vida possam ter uma alternativa de financiamento para mobiliar sua casa, pagando prestações com juros baixos e que caibam no orçamento familiar", afirmou o presidente da Caixa, Jorge Hereda.



Criada em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Móveis (Abimóvel), a nova linha de crédito beneficia, de imediato, cerca de 700 mil famílias, segundo a Caixa. O número pode chegar a três milhões de famílias com as novas fases do programa do governo federal. No Ceará, aproximadamente 90 mil famílias estão inscritas no programa Minha Casa, mas a previsão é que apenas 11.104 sejam atendidas e, consequentemente, tenham direito à nova linha de crédito da Caixa.



Economia de até R$ 2,4 mil



De acordo com as condições do financiamento, em um empréstimo de R$ 4 mil em 48 prestações fixas, na taxa de 1% ao mês, o cliente irá pagar na Caixa cerca de R$ 100 de prestação, totalizando R$ 4,8 mil, segundo informações do banco. Comparativamente, caso o cliente contratasse o mesmo financiamento nas condições médias disponíveis no mercado, com taxa de juros de 6% ao mês e prazo de 24 meses, teria que pagar uma prestação de cerca de R$ 300, chegando ao valor final de R$ 7,2 mil. Portanto, a economia prevista é de R$ 2,4 mil.



Setor moveleiro comemora



Quem recebeu com animação a notícia de que a Caixa vai baixar os juros para o financiamento de móveis foi o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), Geraldo Bastos Júnior. Segundo ele, a medida já era bastante aguardada por comerciantes do setor.



"Era uma luta antiga da gente e confesso que não acreditava que daria resultado tão cedo. Trata-se de uma medida que vai alavancar bastante as vendas do setor moveleiro, pois abre portas para novos públicos", comenta.



Fundos de investimento



A Caixa reduzirá também as taxas de administração e o valor mínimo de aplicação de mais fundos de investimento.



O banco decidiu anunciar as mudanças gradualmente, e não todas de uma só vez, para analisar o impacto de cada alteração e a reação do mercado. Uma segunda etapa de redução de taxas e valor mínimo de aplicação deve ser anunciada em breve.



Na primeira etapa, a instituição buscou oferecer produtos mais competitivos para todas as faixas de renda. A taxa do fundo de renda fixa Caixa AzulFIC RF Longo Prazo, por exemplo, caiu de 3% para 1,5% ao ano.



Inadimplência tende a diminuir


Quando ficou sabendo que a Caixa Econômica Federal vai reduzir taxas de juros para beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Francisco Freitas Cordeiro, não escondeu a animação. Segundo ele, uma das consequências positivas da medida será a redução da taxa de inadimplência no comércio.



"Muitos consumidores das classes C, D e E adquirem móveis e eletrodomésticos fazendo um certo sacrifício financeiro, que mais tarde se converte em inadimplência. Com essa nova linha especial, porém, os juros ficarão mais leves e as pessoas realmente poderão arcar com as parcelas", diz Freitas Cordeiro.



Mercado aquecido



O presidente da CDL garante que os cortes de juros anunciados pelos bancos brasileiros neste mês fizeram crescer a expectativa de vendas do comércio em geral. De acordo com Freitas Cordeiro, "o melhor foi que as instituições financeiras cederam à pressão e também baixaram suas respectivas taxas". "Acredito que foi uma atitude inteligente do governo federal, pois o crédito é um componente fundamental do comércio, que, quando aquecido, acaba impulsionando a produção industrial", complementa o presidente da CDL.



Dia das Mães



Conforme Freitas Cordeiro, a redução na taxa de juros para móveis e itens da linha branca não poderia ter acontecido em época melhor, tendo em vista a proximidade do Dia das Mães. "É da segunda melhor data do varejo no ano inteiro, que deve ser muito melhor com essa medida. Tivemos um mês de março muito bom e uma queda em abril, devido aos feriados, mas a expectativa para maio é enorme".



Preços não devem subir



Apesar da perspectiva de um aumento na demanda, o presidente da CDL disse que não acredita em uma elevação de preços. "Isso só aconteceria se indústria brasileira não tivesse capacidade de atender à demanda e não é esse o caso", conclui.


FONTE: DN ONLINE

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