Sem rota religiosa: aeroporto de Juazeiro tem mais um vôo cancelado

Frequencia de vôos suspensos mostra falta de infraestrutura aeroportuária.

Por: Antonio Oliveira

O cancelamento de um vôo da Companhia Gol, na madrugada desta quinta-feira (9), é mais um exemplo da falta de condições técnicas que contribuíram para o Vaticano excluir Juazeiro do Norte no roteiro turístico religioso do Brasil. A chuva, que começou a cair logo após meia noite e se estendeu por pouco mais de uma hora, mesmo de baixa intensidade, impediu a aterrissagem do vôo que transportaria passageiros com destino a Fortaleza.

Duas horas depois, funcionários da companhia Gol anunciaram o cancelamento do vôo para Fortaleza, mas a aeronave, que, após o fim da chuva, seguiria direto para o Rio de Janeiro. Menos de 20 passageiros estavam com viagem programada para a capital cearense e, entre eles, alguns com compromissos inadiáveis.

"Tenho um compromisso para assinatura de um convênio e não pode passar de hoje e antes do meio dia precisa ter a documentação completa", expôs o prefeito de Milagres, Helosman Sampaio (PMDB), que revelou disposição para seguir de carro para Fortaleza. O baixo número de passageiros contribuiu, também, para a Gol não dispor de muito interesse para passar pela capital cearense antes de seguir viagem com destino ao Rio de Janeiro.

A cada cancelamento de vôo, a certeza dos problemas que se tornam cada vez mais graves no aeroporto regional do Cariri. Sem equipamentos adequados para receber pousos com as chuvas – mesmo finas, caem na Região Metropolitana do Cariri, o aeroporto regional é o retrato do descaso da Infraero e da falta de força da classe política e das lideranças empresarias da Região Sul.

Há três anos, as obras de construção de embarques e desembarques, de equipamentos que permitam pousos e decolagem com segurança e melhoria na pista não sabem do discurso e das promessas. Com isso, o Cariri perde, a exemplo da exclusão de Juazeiro do Norte da rota de turismo religioso. O cancelamento do vôo 1824 – cena que tem se repetido com freqüência, é mais um alerta para as lideranças políticas e empresariais se mobilizarem para pressionar os Governos Federal e Estadual para as obras de reforma do aeroporto Orlando Bezerra.